As pessoas são, cada vez mais, o principal ativo de uma organização. Esta é uma sentença comum de se ouvir de líderes ao redor do mundo. Colocaria uma vírgula no final dessa frase e acrescentaria: desde que devidamente capacitadas (através de treinamento e desenvolvimento) e adaptadas a uma realidade em constante evolução e sujeita a mudanças “disruptivas”.
O grande desafio atual é conseguir manter as equipes das empresas bem treinadas e atualizadas com as novidades que, a todo o momento, criam novas demandas de conhecimento e novas oportunidades de negócios.
Geralmente, as empresas trabalham o treinamento como algo que pode ser planejado com grande detalhe e até com bastante tempo de antecedência. Em parte isto é verdade, mas não funciona em ambientes altamente voláteis em que diariamente surgem novas demandas. Então o que fazer para aplicar eficientemente os, sempre escassos, recursos?
Outra questão é: como fazer com que as pessoas se interessem e realmente revertam em resultados os novos conhecimentos adquiridos? Algumas possibilidades para responder adequadamente a estas questões já estão entre nós, mas ainda necessitam ser melhor compreendidas pelas empresas e, em especial, pelos gestores de treinamento e desenvolvimento.
Então, como aprimorar este conhecimento?
Das universidades do Vale do Silício, berço de algumas das empresas mais inovadoras do mundo, vem uma proposta bastante interessante, que é a inversão do modelo de ensino-aprendizado. No lugar de se oferecer aos alunos o conhecimento em blocos previamente formatados e cronologicamente rígidos, o aluno é inserido em algum projeto empresarial (seja um projeto real ou hipotético) e é estimulado a buscar o conhecimento necessário à medida que se depara com a necessidade de resolver os problemas reais que o negócio propõe.
Desta forma, o aluno acessa as bases do conhecimento com muito mais interesse e o aplica imediatamente, transformando-o numa competência e produzindo resultados visíveis. Este processo é feito sob a orientação dos professores e com base em todo um grande conjunto de ferramentas de aprendizado.
Algumas empresas já começam a adotar esta prática, evitando gastos com treinamento e desenvolvimento para pessoas que, possivelmente, nunca vão utilizar os novos conhecimentos ou, quando o fizerem, por já ter passado muito tempo desde o treinamento vão precisar repetir e atualizar o que aprenderam. As universidades corporativas são uma importante solução para desenvolver e colocar à disposição de todos os empregados os conhecimentos de que eles precisam e no momento em que precisarem.
Utilização do EAD
Via de regra, o EAD – Ensino à Distância, também chamado de Ensino Online, tem se mostrado muito eficiente. As novas ferramentas de EAD, se mostram a cada dia mais repletas de tecnologia, interativas, com o uso de princípios de Inteligência Artificial e acessíveis de qualquer lugar, conseguindo dar uma excelente resposta às questões formuladas no início do texto.
Esta tendência de inversão do modelo de ensino-aprendizado, com o uso intensivo de tecnologia, permite às empresas otimizar os investimentos em treinamento, propiciando a cada um aquilo que realmente necessita, no lugar de oferecer o que, um dia, quem sabe, é possível que as pessoas venham a precisar.
Benefícios de um Treinamento e Desenvolvimento
Algumas das melhores universidades brasileiras já adotam esta prática. Os resultados alcançados têm permitido, entre outros: formar profissionais muito mais preparados para atender às necessidades das empresas, portanto, com maior empregabilidade; estimula a criatividade e o empreendedorismo, na medida em que muitos desenvolvem novos negócios ao longo da formação; estimula uma aproximação sadia entre as empresas e o ambiente universitário, cujos alunos, ainda durante o curso são convidados a propor soluções para problemas reais das empresas e, não menos importante, estimula os alunos a se transformarem em desenvolvedores de novos conhecimentos. Enfim, transforma as universidades em espaços de criação e não apenas de transmissão do conhecimento.
Utilizar a mesma dinâmica dentro do ambiente organizacional faz todo o sentido e podem ser esperados os mesmos tipos de resultados obtidos através de treinamento e desenvolvimento. Além de tudo, esta nova abordagem faz com que os profissionais de Gestão de Pessoas procurem se aproximar e entender o negócio com muito mais profundidade, transformando-se em agentes estratégicos no processo de adaptação constante das empresas às demandas dos novos tempos.
Excelente reflexão, Nuno. Forte abraço.