Educação Corporativa
A importância do autoconhecimento

A importância do autoconhecimento

No dia 15 de setembro de 2018, aconteceu na cidade de Petrópolis-RJ o Connect Serra, um evento realizado pela Eyesight, em parceria com o Serratec. Foi um evento de networking e com o foco no poder da conexão das pessoas. Estiveram no palco deste evento o meu amigo Ramon Farias que falou da 5° Revolução, Marcielene Scantamburlo que abordou a importância das soft skills do profissional moderno e Marc Tawil, jornalista e radialista na Rádio Globo, que compartilhou com o público a sua famosa palestra Networking 4.0, que está rodando o Brasil e o mundo. Para saber mais sobre o conteúdo do Marc, você terá que aguardar para assisti-lo quando estiver na sua cidade.

No meio destas feras todas, estava eu! Foi um evento com aproximadamente 120 pessoas e até o dia anterior da palestra eu ainda não sabia bem o que falar. Depois de muita reflexão e querendo proporcionar algo que realmente “conectasse” as pessoas, veio um estalo e eu disse: “É isso! A importância da Gestão das Pessoas – O Poder da Conexão!”.

Quem me acompanha no LinkedIn, viu que nas últimas semanas eu postei reflexões soltas sobre a importância da gestão das pessoas e autoconhecimento. E é bem por aí que foi a minha palestra no Connect Serra. Eu acredito que para gerenciar as pessoas da sua vida (não estou falando apenas de trabalho), você precisa começar gerenciando você mesmo.

Vamos lá saber um pouco mais!

Escassez de tempo ou excesso de demandas?

Vocês já pararam para pensar quanto tempo dedicamos para estarmos atualizados sobre todas as informações que nos interessam – e as que não nos interessam, que passam bem na palma das nossas mãos em nossos smartphones? E para acompanhar aquela nova temporada da série do momento que o Netflix acabou de lançar? Para alguns, é um martírio chegar no trabalho na segunda-feira e não acompanhar a resenha lá no cafezinho. E se numa reunião do trabalho, alguém puxa um conceito modinha e você faz aquela cara de paisagem porque não sabe do que se trata? Você se sente mal por essas coisas?

Outra reflexão… Já pararam para pensar no quanto somos puxados pelas redes sociais para dedicar tanto tempo a elas? E as consequências nas nossas ações nas redes influenciando nossos relacionamentos com as pessoas a nossa volta? Já repararam que, de alguma forma, a tecnologia nos deixou mais frios? E, ao mesmo tempo, essa mesma tecnologia começou a fazer com que as pessoas cobrassem nossa presença (virtual)? Sabe a expressão “quem nunca?”?

Pensem nas seguintes situações: você recebeu um “zap”, marcou aquele “checkzinho” azul, mas por alguma razão (seja ela qual for) você não pôde responder. Pronto. A amizade fica abalada. E se você não desejar feliz aniversário lá no “face”? Por mais que já havia mandado aquele áudio caloroso no whatsapp – vai receber uma “chamada” do seu amigo(a). O que vejo é que há um nível exagerado de cobrança por parte das pessoas. E muitos não sabem lidar com isso, enlouquecendo para dar conta de tudo.

De uma forma ou de outra, seja pelo volume excessivo de informações que temos que administrar, aprender, estudar; ou mesmo pela intensidade que temos que desempenhar nossos papéis; ou qualquer outro motivo, sempre vejo as pessoas reclamando que nunca tem tempo para nada, inclusive para elas mesmas. A vida vem me ensinando que ter tempo para alguma coisa é questão de escolha. Pois sou eu que vou escolher como reagir às diferentes coisas da vida. Problemas financeiros, desafios para ter uma vida mais saudável, passar mais tempo com filhos(as), família, tudo isso é questão de escolha. A duras penas eu aprendi isso. E dentro do meu processo de fazer melhores escolhas, eu me permiti ter mais tempo para mim. Foi um longo e profundo exercício de autoconhecimento que, consequentemente, me levou a uma compreensão mais sensata do cenário a minha volta e a real importância da gestão das pessoas, catalisando o poder das minhas conexões. E foi exatamente isso que eu compartilhei lá no Connect Serra!

Autoconhecimento

Mas como isso aconteceu? Faz uns 5 anos. Embora as coisas do lado de fora de mim estivessem boas: bom emprego, bem-sucedido, parecia ter muitos amigos, era um cara querido, a mais linda mulher estava ao meu lado, etc. – lá dentro, lá no fundo as coisas não iam bem. E isso me levou a um desespero e eu cheguei ao fundo do poço. O que eu classifiquei como sendo o fundo do poço emocional.

Neste instante, foi quando eu aceitei que não era para fora que eu precisava olhar. Não era cobrar das pessoas um comportamento diferente que ia me fazer melhor. Eu reparei que apontando o meu dedo indicador para os outros, três dedos estavam apontados na minha direção. Eu tive que mudar de ponto de vista. Primeiro, eu olhei para o meu eu. Olhei para dentro. Eu compreendi as coisas mais obscuras dentro de mim. Não foi fácil. Eu percebi que a coisa não estava boa e precisava corrigir alguns comportamentos.

Como eu fiz (e ainda venho fazendo) essas correções? No meu caso foi trabalhar a minha fé. Minha espiritualidade. Não me importa no que você crê. Mas eu creio muito que a nossa espiritualidade tem papel fundamental na forma como levamos nossas vidas – conheça a história de qualquer empreendedor de sucesso e você verá que a espiritualidade é ponto central na vida deles também.

O contexto social que me cercava

Dentro deste cenário, eu tentei sair de mim e ver como todos me enxergavam. Fui tentar assimilar o contexto social que me cercava – por mais que eu acreditasse que veria coisas boas, a frustração foi inevitável. Eu vi um cara que algumas vezes era arrogante (tá… isso significa mais vezes do que eu gostaria), preconceituoso, que sempre se achava superior, entre outras coisas. Juntando isso com a exploração interna que eu já havia feito, eu tinha nas mãos todas, ou melhor, muitas informações que permitiriam que eu mudasse. Entretanto, era como eu disse no início. Era uma questão de escolha e eu tinha que escolher mudar de verdade. De forma genuína.

Acreditando no melhor das pessoas

Graças ao desenvolvimento da minha fé e a esse profundo processo de autoconhecimento, nos últimos 5 anos eu venho escolhendo ser um ser humano melhor. Internalizei que só assim eu posso ser feliz. E, a partir desta minha mudança, eu pude me permitir conhecer a essência das pessoas. Como tem sangue dentro de mim e eu sou de carne e osso como vocês, sou sempre tentado pela vontade de julgar a atitude de alguém. Mas a luta interna é contínua e antes de qualquer julgamento da minha parte, eu me permito me colocar no lugar do outro (lembrando, só vale se for genuinamente). Eu venho tentando acreditar que somos pessoas boas, que ainda há valor em considerar a palavra de alguém. Que a opinião do outro tem valor. Eu tento me livrar de todos os preconceitos dentro de mim (aprendendo que, muitos deles, a própria sociedade me impõe) e olhar para o outro de forma livre. Aprendi a ter humildade e crer que juntos somos mais fortes do que divididos. Eu, finalmente entendi a importância de um mundo diverso – porque é a nossa diferença que vai nos permitir sermos completos quando atuamos juntos. E saliento o que eu já escrevi aqui no blog – quando falo de diversidade, não falo das minorias necessariamente (meu ponto é tentar ampliar essa visão – é acreditar na essência do ser humano, seja lá qual escolha ele tenha feito pra sua vida).

A importância da gestão das pessoas – o poder da conexão

São essas três fases: autoconhecimento, olhando para o contexto social ao meu redor e me permitindo acreditar no melhor das pessoas, que estão me permitindo fazer uma vantajosa gestão das pessoas na minha vida e têm proporcionado conexões fantásticas, que tem mudado (positivamente) o caminho traçado para os meus sonhos. Eu aprendi que boa gestão das pessoas acontece quando começamos por nós mesmos.

Não importa se é na relação com seu chefe, colega de trabalho. Com sua esposa, marido, com qualquer um que convive com você. Se você acha que tem algo errado e quer superar, já parou para pensar que talvez o caminho mais seguro para este avanço seja começar por você mesmo?

Rodrigo Monteiro

Atualmente, é Gerente de Recursos Humanos do Brasil na Orange Business Services. Membro do grupo de empresários do Serra Tec (Parque Tecnológico da Região Serrana) em Petrópolis, Rio de Janeiro. Mestrando em Administração e Desenvolvimento Empresarial (MADE) pela Universidade Estácio…

Quero saber mais sobre o autor!

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