Eu tenho acompanhado o movimento e o crescimento do tema diversidade (principalmente de gênero). Como gerente de Desenvolvimento Organizacional de uma multinacional de tecnologia, o desafio nesse sentido, era sempre não levantar bandeiras, era possibilitar oportunidades a todos, de maneira igualitária.
Mas é fato que existe discrepância em relação a salário. Posturas e posicionamentos não são tão empoderados como deveriam. Ainda existe uma distância do ideal de ter mulheres em posições de lideranças estratégicas nas organizações, no governo e na sociedade como um todo.
Mas eu gostaria de compartilhar sobre a minha experiência.
Nunca “sofri” desrespeito ou não tive a credibilidade desejada por ser mulher. Minha trajetória profissional, desde quando entendi o que queria pra minha carreira, foi baseada em esforço, dedicação, empenho e comprometimento. E tudo isso, independe de gênero.
Eu não levanto bandeiras. Em todos os times que liderei, procurei agir com justiça, sabedoria, empatia e transparência. As regras do jogo eram sempre claras, e nesses 12 anos que tenho experimentado o mundo de RH, percebi que quando a gente faz de coração, se prepara e se posiciona do jeito certo, na hora certa e na oportunidade certa, as coisas acontecem.
Eu tenho respeito e admiração enorme pela última empresa que atuei, lá pude conviver com mulheres literalmente fora da curva, gestoras incríveis, inteligentes, e nunca vi alguém ser arbitrário ou resistente às mulheres (mesmo por ser uma empresa onde o público em geral tende a ser masculino).
Mas também acredito que os líderes da organização, precisam se posicionar e impor os valores como RESPEITO acima de tudo, e assim, irá reverberar. Porque deve ser praticado em todos os níveis e camadas na organização, isso tem a ver com a cultura! Se naturalmente o respeito é praticado, talvez se faça desnecessário “tomar algum partido”.
Nesse momento, meu convite a reflexão é
1- O que você não fez no seu contexto profissional, porque pensou que o fato de ser mulher, dificultaria?
2- Com quem você deixou de falar pelo fato de ser mulher, te deixou desconfortável?
De novo, compartilhando a minha experiência, uma vez eu ouvi de um gestor que admiro muito dizer: ”Sonhe alto, porque sonho realiza”. Eu segui e persegui essa frase, porque acreditei.
A partir disso, tudo que veio na minha frente que pareceu obstáculo, eu me posicionei, pensei, me esforcei e superei. Porque é nisso que eu acredito.
Na lei da recompensa pelo esforço. Seja você mulher, homem, trans, bi, homo…. Seja quem você for, independente disso, use seu sonho para se ancorar, porque o desejo de fazer acontecer, vai te dar forças de superar qualquer desafio!
Hoje estou numa startup de RH, a Gupy. Aqui eu vivo a diversidade em todos os sentidos, geração, personalidade, formação, orientação sexual… E isso é muito rico!
É o que faz ser incrível conviver em comunidade, poder aprender e crescer com as diferenças. Somos indivíduos, mas dentro das organizações, somos como membros do mesmo corpo, precisamos uns dos outros!
Sua fraqueza ou limitação, será compensada no talento e habilidade de alguém, e seu talento e habilidade, compensará as dificuldades do colega ao lado.
Então, separei algumas dicas para te encorajar a não se limitar diante de dificuldades:
Se posicione
Seja cauteloso, transparente, mas tenha conteúdo. As pessoas estão em busca de profissionais que são mais que executores, pessoas que vão fazer parte da construção da empresa.
Escute ativamente
Aprendi que qualquer relação – seja profissional ou pessoal – começa na escuta e às vezes a gente não faz do jeito certo porque não escutou, somente ouviu. E é na troca, na escuta de outros pontos de vistas que nós crescemos e fortalecemos nossas convicções e até mesmo, abrimos mãos dela. Não há nada de errado em aceitar e concordar que a ideia do outro foi melhor ou mais apropriada que a sua.
Empatia e solidariedade
Empatia e solidariedade se complementam. É o segredo de sucesso qualquer relação, se colocar no lugar do outro. Ponderar e entender as limitações, diferenças, e ser solidário, sim, dentro do ambiente de trabalho, porque convivemos a maior parte do tempo nele, e é nossa responsabilidade fazer de onde estamos o melhor lugar pra se trabalhar.
São essas 3 dicas que fizeram diferença na minha carreira e na minha vida. Espero que possam ter o mesmo efeito na sua depois deste artigo.
Até a próxima!
Parabéns Dayanna, belo trabalho!!!
[…] menos agradável: o Brasil ainda é um país cheio de preconceitos — sejam eles por motivos de gênero, etnia, orientação sexual, idade, deficiência e por aí vai. Esses preconceitos são […]