Longevidade e a geração de valor baseada nas relações

Recentemente tenho sido provocado a refletir sobre as escolhas da minha vida pessoal e profissional, em função dos anos que passam, de estudos e leituras que eu tenho realizado sobre a longevidade e a finitude de nós seres humanos.

De um lado estamos pensando em como crescer mais, ser mais felizes, conquistarmos mais coisas, ampliarmos nossas experiências. Do outro, aprendemos como conviver com a visão da finitude e com isso a mudança no cardápio de outras escolhas de nossa vida, que são realizadas por exemplo pelos meus avós maternos que hoje têm mais de 70 anos de casamento e mais de 90 anos de idade.

No livro The 100 – Year Life, Lynda Gratton e Andrew Scott, exploram aprendizados e temas que deveríamos dedicar atenção, em virtude de um mundo onde a expectativa de vida cresce em função de uma série de fatores, principalmente da tecnologia aplicada à saúde. Dentre os diferentes pontos destacados na obra e que deveríamos cuidar, estão alguns já conhecidos por nós, que são o zelo pela saúde e por nossas finanças pessoais, mas outros dois me fizeram refletir sobre a longevidade com uma maior profundidade: o trabalho e os ativos intangíveis.

Refletindo…

Quando olhamos para o trabalho, talvez hoje não seja óbvio, mas se vamos viver mais, vamos trabalhar por mais tempo, num mundo de constante mudanças onde as informações, os conhecimentos e as profissões desaparecem e são criadas com uma velocidade nunca antes vista – estamos na Era da Exponencialidade (leiam mais sobre este tema no livro Organizações Exponenciais, de Salim Ismail).

Por isso, se atualizar, experimentar novos conhecimentos, viver a aprender e a desaprender na plenitude não são e não serão ainda mais uma opção. Se formar com 22 anos na faculdade e acreditar que esta base de conhecimento vai garantir seus empregos nos cargos existentes até 80 anos, é loucura,  mas os empregos já estão em mutação e robôs substituindo atividade rotineiras.

Já quando analisamos os ativos intangíveis citados no livro, que os autores iluminam como sendo as amizades e a rede de networking que você constrói e alimenta no seu curso de vida, verifica se que de nada adianta viver muito tempo, se estiver sozinho, precisamos ter colegas, pares, familiares com quem compartilhamos destes momentos de longevidade e que dão sentido para as nossas vidas.

Longevidade profissional e pessoal

Com isso, vejo que o segredo de uma vida pessoal e profissional longínqua, vai além de cuidarmos da nossa saúde física, temos que saber gerir nossas relações interpessoais, pois são estas que fortalecem nossos aprendizados, nosso sentido de viver e a geração de valor na sociedade. O que muitas vezes eu percebo, é que as pessoas estão deixando de lado o fortalecimento das relações de amizade e confiança, em prol de ativos que não os levarão longe nesta jornada da vida.

Para ser um profissional do futuro, precisamos aumentar a nossa capacidade de se empregar em diferentes cenários. Com isso, a habilidade de saber se relacionar é e será fundamental, principalmente porque a criação de soluções para problemas que ainda não conhecemos virá por meio da relação entre as pessoas, de forma coletiva, colaborativa e compartilhada.

Pensem nisso.