Educação Corporativa
O desafio de impulsionar a inovação por meio da educação corporativa

O desafio de impulsionar a inovação por meio da educação corporativa

Ouvimos falar o tempo todo sobre as mudanças que estamos vivenciando na atualidade. Ouvimos falar sobre organizações exponenciais, sobre o mundo VUCA, sobre as startups, sobre modelos de negócios disruptivos, dentre tantas outras novas palavras e expressões que vêm sendo incorporadas velozmente em nosso vocabulário. Tudo isso traz um importante desafio para as organizações: inovar é a palavra da ordem. Parece um alerta ‘clichê’, mas não é. Porque inovar neste novo contexto de mundo, quando vivenciamos a Revolução 4.0, é disseminar uma cultura de inovação para toda a empresa, para todos os colaboradores. É um chamado para transformar a forma como pensamos nossos negócios. E esse convite é para todos.

A inovação corporativa tradicional, focada em pesquisa e desenvolvimento ou incremental aos produtos e serviços, não está adaptada ao século XXI. A concorrência agora é entre empresas rápidas e empresas lentas, diferente de quando falamos de empresas grandes X empresas pequenas. A inovação agora é Transformacional. Quando falamos deste momento de Transformação Digital, estamos falando do fim do ‘sempre foi assim’. E se quem move as empresas são as pessoas, elas devem estar agora movidas por um inconformismo diante do ‘status quo’. Porém, o inconformismo sozinho pode se tornar um muro de lamentações – e este definitivamente não é o objetivo.

o desafio de impulsionar a inovação por meio da educação corporativa

Esta ilustração representa – simbolicamente – como agimos. Na zona de conforto, não nos movemos. É o nosso cantinho de paz, onde dominamos todos os processos e temos controle de tudo que vai acontecer. Sabemos lidar até com os imprevistos previsíveis da zona de conforto. Até que somos expostos a um grande e intenso volume de informações, previsões de empregos sendo exterminados graças ao desenvolvimento de robôs, previsões de que as habilidades de hoje não sustentam o amanhã, dentre outros. Nesta situação, passamos rapidamente para nossa zona de pânico, onde há uma paralisação das nossas ações.

Na zona de pânico, não tomamos decisões, pois não sabemos o que pode acontecer. Não se tem autoconfiança na zona de pânico. O que se tem é uma angústia paralisante.

Entre estes dois extremos, está a zona de expansão! É nela que acontece o crescimento e o desenvolvimento de novas habilidades. Nosso desafio é apoiar os profissionais para este espaço, que há dentro de cada um de nós, para que possam então com o inconformismo que vem sendo despertado, agir com inovação e criatividade.

Eixos da transformação digital

Fazendo um paralelo com o modelo de liderança criado pela autora americana Linda Hill (Liderou a mim mesmo, a equipe e a empresa), podemos definir três eixos para liderar o processo de transformação digital nas empresas, que vai culminar na disseminação e fortalecimento da cultura de inovação. São eles, o “Eu digital”, pensar como eu enquanto profissional me conecto com o mindset digital. O que eu tenho feito para mudar a minha mentalidade. O livro da Carol Dweck – Mindset – é uma excelente forma de iniciar esta jornada. Na sequência, temos o “RH digital”, como eu posso levar a área para um patamar mais digital, quais são os processos que eu posso mudar? E neste pilar a participação em eventos, a ampliação do networking, são as principais ferramentas. Para então chegar na “Empresa digital”, e pensar como o RH pode participar, apoiar e até liderar o projeto de transformação digital minha empresa, com foco no negócio.

A partir do momento que estou me conectando com este mindset, posso inspirar as pessoas a fazerem o mesmo e até proporcionar estes momentos por meio da Educação Corporativa. E aí sim, todos juntos, vamos impulsionar nossa organização no caminho de se posicionar no ranking de quem faz a diferença.

Como fazer isso então? Em primeiro lugar, começando pela própria área de Educação Corporativa, afinal, se eu não estou conectada com este novo momento do mundo, como vou conectar as pessoas ao meu redor?

Ser a janela da inovação

David Ulrich acredita que o RH vai deixar de ser um espelho da empresa e se tornará uma janela para fora.

Quando o autor trouxe o conceito do espelho, se referia ao alinhamento estratégico. E agora traz a metáfora da janela, ou seja, a missão de mostrar para a empresa o que está acontecendo ‘lá fora’.

Para se tornar esta janela, precisamos ampliar nosso networking, transcender a área de RH e nos conectar com o ecossistema de inovação que vem crescendo rapidamente por toda parte. Participar de eventos, conhecer startups, buscar novas conexões, nos arriscar. Porque quanto mais conhecimento se tem, mais conteúdo se tem para compartilhar e para inspirar as pessoas ao seu redor.

Precisamos explorar o novo. Eventos como Hackathons, Bootcamps, Campus Party, Startup Weekend, Fire, dentre tantos outros, são oportunidades inspiradoras de modelos de desenvolvimento que podem ser ajustados para serem realizados dentro das organizações, respeitando e agindo dentro de cada cultura.

O desafio segue no sentido de desenvolver nas pessoas ‘almas digitais’, muito mais que focar exclusivamente nas ‘armas digitais’, como o palestrante Walter Longo vem reforçando. Temos visto diariamente a chegada de muitos produtos inovadores, o uso de aplicativos sendo multiplicados, mas o nosso desafio é criar um mindset, ou uma mentalidade, digital. Que visualiza o modelo de negócio, questiona e propõe algo novo. Maratonas internas com uso de design thinking (e suas derivações) podem ser excelentes aliados neste propósito.

Case FCA

A Fiat Chrysler Automobiles – FCA, tem um case interessante, chamado Future Insights. Por meio de desafios designados pelas áreas da empresa, são formados times heterogêneos que, seguindo um prazo determinado, precisam apresentar a melhor solução para aquele desafio. Tudo é feito usando metodologias inovadoras para solução de problemas, como design thinking, e metodologias ágeis. Os colaboradores são convidados a participar dos grupos de acordo com suas competências comportamentais, consideradas com mais relevância na seleção do que as técnicas. Os participantes são retirados do ambiente fabril e levados para uma espécie de startup corporativa. Dias depois, após entregarem o projeto, retomam suas rotinas em suas áreas originais. Um dos grandes ganhos que se percebe é a capacidade que estes profissionais envolvidos nos desafios tem de inspirar os colegas a mudar o mindset. Para conhecer mais detalhes sobre esta iniciativa, clique aqui.

Ações como esta vão desenvolver a equipe profundamente, vão oxigenar os colaboradores, vão conectar com o mundo 4.0 e vão reforçar o orgulho de pertencer a uma organização que – não apenas está antenada com o que está acontecendo – mas que convida a todos para esta imersão na busca incessante pela inovação.


*Os insights do artigo foram construídos com a participação em eventos como Innovation Day RH do Hub Minas Digital, Summit 70:20:10 com Charles Jennings como keynote speaker, Curso Formação de Consultores da Nexialistas, Summit EdTech 2018 do Start.se, Cabeça de Hyperlink 2017 e 2018, da Nexialistas Consultores, dentre outros eventos que tenho participado nos últimos anos.

Cristiane Costa

Associada Nexialistas Consultores em Minas Gerais, especialista em Educação Corporativa, com mais de 15 anos de atuação em RH, Treinamento & Desenvolvimento, Universidade Corporativa e Gestão de Pessoas. Formação em Comunicação Social, Pedagogia Empresarial e Coaching.

Quero saber mais sobre o autor!

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