Educação Corporativa
Qual o propósito da Transformação Digital na Educação Corporativa?

Qual o propósito da Transformação Digital na Educação Corporativa?

Em um mundo de “tempestades” de informações, em que a velocidade dos acontecimentos atinge milhares de pessoas ao mesmo tempo, por meio de diversos tipos de canais de comunicação ao alcance das nossas mãos, temos um insight, opa! Como chegamos a este momento? Quais as influências da Revolução Digital na era 4.0 em nosso processo de reconstrução do saber e da Educação Corporativa nas organizações?

O mundo mudou e o avanço tecnológico foi o instrumento principal para todas essas mudanças: O Big Data, a Inteligência Artificial, a Robótica, a IoT (Internet das coisas) são realidades e o futuro, é hoje!

Se no primeiro momento a tecnologia surgiu como um desafio para as empresas, rapidamente foi percebida como uma oportunidade única de desenvolvimento ágil de suas equipes, transformação cultural, de melhoria contínua de desempenho dos seus negócios e competitividade frente aos concorrentes. Toda essa nova realidade se evidencia com uma força ainda maior através da aprendizagem corporativo sendo o elo principal deste processo de transformação organizacional digital.

Para analisar toda essa evolução, vamos seguir com uma análise da trajetória da Educação Corporativa.

Trajetória da Educação Corporativa nas empresas

No fim da década de 80 ainda no século XX, a Educação Corporativa se torna um “boom” devido à implantação das Universidades Corporativas nas empresas, com o objetivo de construir programas de desenvolvimento educacional específicos para os diversos segmentos de negócio, que privilegie a Gestão de Competências organizacionais e individuais como ferramenta para o desdobramento do planejamento estratégico, visando à busca pela excelência do serviço e a garantia da competitividade.

Competências essas que para se desenvolverem precisam mobilizar:

Conhecimentos = conceitos e técnicas que fundamentam o “saber”

Habilidades = capacidade de realizar o “saber fazer”

Atitudes = modo de agir, se dispor o “querer fazer”

E que impulsionaram a instalação de uma nova mentalidade, que tinha como premissa a formação e desenvolvimento dos talentos na gestão dos negócios, promovendo a Gestão do Conhecimento Organizacional para gerar, assimilar, difundir e aplicar, um sistema de educação estratégica por meio de um processo de aprendizagem ativa e contínua.

Para que isso fosse possível, foram tomadas algumas medidas, que Marisa Eboli em sua publicação Educação Corporativa Mitos e Verdades relatam na minha visão, serem pautadas no entendimento da importância e relevância da elaboração do projeto da Educação Corporativa para a organização como um todo e essas medidas seriam:

  1. Envolver e comprometer a alta direção com o processo de aprendizagem;
  2. Definir o que é fundamental a ser feito para se atingir o sucesso;
  3. Realizar o Diagnóstico das competências essenciais organizacionais e individuais;
  4. Alinhar o sistema de educação às estratégias de negócios;
  5. Definir públicos-alvo;
  6. Avaliar e ajustar os programas existentes com as competências essenciais estabelecidas;
  7. Construir ações e programas educacionais presenciais e/ou virtuais orientadas para as necessidades dos negócios da empresa;
  8. Avaliar tecnologia de educação disponível;
  9. Criar um ambiente e uma rotina de trabalho favorável e propício à aprendizagem;
  10. Estabelecer um sistema eficaz de avaliação dos resultados obtidos com os investimentos feitos em treinamentos e desenvolvimento.

Clima organizacional

Todas essas ações são necessárias, pois mudam ou potencializam ainda mais a Cultura Organizacional existente, Cultura essa que normalmente surge na mentalidade dos seus fundadores, transmitida aos funcionários, pela missão, visão e valores que norteiam suas estratégias e direcionamentos nas tomadas de decisão.

A clareza de toda a comunidade organizacional sobre a importância da Educação Corporativa e os benefícios a ser alcançado através da disseminação de uma cultura empresarial com características únicas, o estímulo no compartilhamento do conhecimento, a troca de experiências através da construção social deste conhecimento, a utilização de múltiplas formas de processos de aprendizagem e o senso de pertencimento e orgulho em fazer parte desse processo de transformação, das pessoas, em prol de um objetivo comum, traz a tona o quanto avançamos desde a década de 80 até os dias atuais.

Hoje com a Revolução Digital, ganhamos em agilidade e eficiência, e como foi dito por Luciana de Camargo Pereira, Vice-Presidente de RH da IBM na América Latina, na palestra sobre o Futuro do Trabalho no Congresso da ABRH RIO 2018, mas principalmente em nos disponibilizarmos a “MUDAR NOSSA CAPACIDADE DE APRENDER, não tendo medo do novo e tendo uma mentalidade de crescimento”.

Mudança de Mindset é pra já! Nós estamos em permanente transformação, o trabalho está em transformação e nossas competências precisam estar em constante desenvolvimento.

E percebemos toda essa transformação, também nos novos termos desse mundo digital, como por exemplo, que vivemos para uma grande “Muvuca“, mas não com o significado de confusão, bagunça, tumulto e sim a M.U.V.U.C.A de:

M (Meaningful): Propósito, significado ao que fazemos

U (Universal): Universal, análise do impacto das nossas decisões

V (Volatile): Inconstante, mudança rápida

U (Uncertainty): Incerto

C (Complex): Complexo, difíceis de traduzir.

A (Ambiguous): Ambíguo, instável.

Muitas são as tendências e inovações tecnológicas, mas é preciso uma profunda análise diagnóstica sobre em que estágio sua empresa e seus colaboradores se encontram, pois para que tenhamos resultados assertivos e eficazes, as organizações precisam ter a capacidade de “enxergar o futuro”, mas também de avaliar necessidades e recursos para implantar e desenvolver novos sistemas de desenvolvimento de talentos adequados a cada projeto e ao que se pretende atingir, O SUCESSO. Neste sentido a M.U.V.U.C.A trás a resposta que queremos: necessitamos de propósito no que fazemos e precisamos nos mover de forma universalizada.

Para cumprir esse papel de auxiliar a empresa a “enxergar o futuro” antes de seus concorrentes, destaco algumas ações e tendências que a Educação Corporativa, lançando mão de novas Tecnologias Digitais nos disponibiliza:

  • Personalização dos projetos: treinamentos com base em competências e alinhadas ao negócio da empresa;
  • Trilhas de Aprendizagem: de acordo com as competências de seus colaboradores, se forma uma trilha de aprendizagem para que o funcionário desenvolva novas habilidades para agregar ao objetivo da empresa;
  • Treinamentos EAD: o ensino a distância se destaca a cada dia mais nas empresas e na Educação Brasileira, com cursos de diferentes níveis: livre, médio, graduação, extensão e pós MBA;
  • BIG DATA, Avaliação e Mensuração diagnóstica dos resultados: após cursos e treinamentos executados, verificam-se junto às áreas do pessoal treinado os resultados alcançados, e quais pontos de melhoria e ajustes a serem feitos, dando desta forma valor ao que foi entregue e aprendido. Análise extremamente importante dos indicadores para ações futuras;
  • Business Games e Gamification: jogos de negócios que tem como objetivo através do lúdico, possibilitar a criatividade e inovação na solução de problemas e estimular uma competição saudável internamente.
  • MicroLearning: por muitos chamada de “pílulas de conhecimento”, que são apresentadas na maioria das vezes de forma virtual, com conteúdos de curta duração, para que o funcionário tenha acesso aos poucos, facilitando no processo de aprendizado;
  • Mobile Learning: muito utilizado atualmente e a maior tendência da Educação Corporativa, pois é utilizado através dos smartphones e tablets como ferramentas de aprendizado, facilitando ter todo o treinamento e conteúdo a sua mão;
  • Mídias sociais: através de blogs, microblogs, canais do Youtube, Facebook, onde normalmente se apresentam conteúdos para aprendizados específicos.

E assim chegamos até aqui, através da experimentação e implantação da Educação Corporativa como ferramenta de alavanca da Gestão do Conhecimento e de melhoria contínua dos resultados organizacionais, com comprometimento e engajamento de todos no propósito que se constrói, tendo a Tecnologia como instrumento fundamental no desdobramento, alcance e valor agregado no ato de pertencer a esse processo de transformação do capital intelectual nas organizações.

E temos como exemplos de sucesso de projetos e programas de Educação Corporativa, com uma Cultura de dono dos seus colaboradores e orgulho em pertencer, empresas como a IBM, Mc Donald’s, Microsoft, e a sua, pois independente do tamanho, o conhecimento gera crescimento através de você.

Não estamos apenas na Era Digital e sim na Era da Atitude.

Até a próxima!

Jacqueline Cucco

Especialista em RH e Educação Corporativa, Consultora, Docente e Conteudista em Administração e RH nos cursos de Graduação e MBA, presencial e EAD na Unigranrio, Sagah e Docente da Universidade Corporativa do CRECI-RJ. Pesquisadora de Inteligência Artificial, Tecnologia Cognitiva e…

Quero saber mais sobre o autor!

22 comentários

Deixe uma resposta

Quer receber mais conteúdos como esse?

Digite seu endereço de e-mail para receber notificações de novas publicações no blog.

%d blogueiros gostam disto: